Relíquias. As do dia-a-dia. Sentidos. Os pulsantes. Luzes. Os excessos das sombras. É quase sempre de verdade, quase nunca por inteiro e, com sorte, com alguma sujeira final pra polir... Intentos. Os desde criança. Açúcares. Os que amarguem no final. Topos. Os de cume desconfortável. Vergonhas cantadas em coretos centrais, pintadas de nu pra parecer espontâneo. Colaborações. As de gosto, por favor!

sábado, maio 27, 2006

Antes de qualquer coisa...


Antes que minha própria língua me traia, precipito-me a explicar-me freneticamente: Já não tenho palavras, quem dirá jogos de palavras. Já não tenho argumentos, quem dirá forças para talhar os mesmos.

A Saudade... Bela merda existir só em português. Bela merda, porque não é exclusividade nenhuma senti-la. A única coisa é que temos o inconveniente de saber explicá-la. Ou seja, é um problema a mais…

Ignorei por muito tempo o fato de querer ser outra coisa...

Sei que pagarei por tudo que me faço um dia. Sei tbm que quanto mais eu me aproximo do equilíbrio, mais entro em desespero, me debato. A força que me repele, que me empurra ao mar do esquecimento é mais do que pecado. É grande. Algo fora da minha realidade.

O prazer que a dor trás. O prazer que concebe o caráter, que constrói a imperfeição do olhar.

Olhares baixos.

Respirações ruidosas.

Acreditar que a miopia protege.

Nunca consegui sustentar o olhar por muito tempo... Pelo simples fato de saber que eu era mais inteligente que os que estavam a minha volta.Era motivo de recolhimento, pra mim, saber mais, ver mais que os que me rodeavam.


E se ela um dia despencar do céu?
Cair em desgraça por puro gozo, por pura falta de vergonha?Sim...
Não acredito mais em injustiça. Tudo é merecido. Se não por você, pelos que estão ao seu lado.
É uma escolha deixar-se atingir. Foi uma escolha deixar-me atingir. Deixei-me enfraquecer diante de uma escolha. Sentimentos bons floresceram de forma errada. Aprendi a respeitar. Aprendi a fortalecer corpo, alma e buscar o coração. Tudo ficou pra trás e hoje é apenas mais uma fuga melancólica que me faz de expurgo humano. Aliás, a favorita.


Sinto um constante torpor. Um constante trocar de lugar, de mãos geladas.
Tenho tentado desesperadamente deixar minha marca...
O prazer é todo seu, Amanda Mantovani.