Relíquias. As do dia-a-dia. Sentidos. Os pulsantes. Luzes. Os excessos das sombras. É quase sempre de verdade, quase nunca por inteiro e, com sorte, com alguma sujeira final pra polir... Intentos. Os desde criança. Açúcares. Os que amarguem no final. Topos. Os de cume desconfortável. Vergonhas cantadas em coretos centrais, pintadas de nu pra parecer espontâneo. Colaborações. As de gosto, por favor!

sábado, junho 03, 2006

Depois de um dia de travesseiro e trevas...


Nós, os puros, jamais falaremos de pureza!

Vivemos à sombra da frondosa árvore dos pecados mas nela não tocamos. Por pura falta de vontade...
Somos o limite tênue ente a serpente e a fruta. Não somos nenhum dos dois. Porque ser a serpente é oferece a fruta e ser a última é oferecer-se à serpente. Nós, os puros, não oferecemos nem recolhemos a pureza... Simplesmente a ignramos por estarmos certos de que não precisamos pensá-la. Se a pensássemos a desobedeceríamos. Não por intenção, mas por distração pura.

Esse estado permanente de pureza não amadurece, não cai. Somos colhidos ainda sementes porque florescer seria por demais opulento. Nào cabe opulência na pureza pois ela é consciente.

Na pureza não pode caber nada.

Nada escolhemos.

Não somos feitos de carne, porque ela deseja.

Não somos espirito porque ele cede.

Não somos sequer verdade ou mentira. A verdade é limpa, não pura. A mentira é plácida, nós, puros.




Não, não dê mais tantas voltas, não.
Não se chicoteie assim por qualquer perdão. Todo esse teatro não impressiona por maior que seja sua recompensa...Não se importe tanto assim com sua imagem decadente enfim.
Nada adianta depois se lamentar por maior que seja sua displicência.
Volta, ou vai embora, meu amor. Sem ameaças ensaiadas na frente do espelho.
O caminho mais fácil nem sempre é melhor do que o da dor.
Dê uma chance pra vida te mostrar um jeito menos doloroso de se despedir.
Não seja assim tão dura com as palavras.
Lave bem as suas mãos antes de se decidir.

Tire essa lama das botas antes de me dar as costas.

Um comentário:

Danilo Sanches disse...

lama, botas... trevas.

Onde está o que aprendeu?
Pra não inexistir, ilumine!